A Falácia Marxista.

Artigo publicado no Jornal Correio de Uberlândia em 27/05/2016.

 

No último dia 18/05 o Dr Adir Campos escreveu o artigo no qual criticava o que denominou a falácia dos liberais, o ponto central do artigo é atribuir um diagnóstico à atual crise econômica pautada nos escritos de Karl Marx (1867), e não na sua real causa, a manipulação heterodoxa das contas públicas, como acusamos nós os liberais.

 

Quanto às premissas liberais, não vou trata-las aqui, para os interessados sugiro a leitura de artigo de minha autoria publicado no jornal em dia 21/05 denominado o Triunfo do Laissez-Faire, também não vou insistir no diagnóstico fiscal da crise atual, para isto há longas séries de dados que nos permitem avaliar a veracidade ou não do problema brasileiro, dados estes que interpretei em dezenas de oportunidades nesta coluna nestes 6 anos.

 

Meu interesse portanto é rebater o diagnóstico marxista, obsoleto no mundo todo, mas que no Brasil, por força de moda é tão referendado pela nossa “elite intelectual”, sobretudo em ambientes acadêmicos, cujo a propagação de ideias exóticas e heterodoxas se faz tão presente, mesmo a despeito de toda a catástrofe que produziram ao longo da história. tal pensamento se ancora em 03 cânones:

 

1 – que a desigualdade é perpetuada pela presença da propriedade privada, o que não faz sentido histórico, em sociedades pré capitalistas apresentavam elevados, quando não maiores níveis de desigualdades sociais.

 

2 – que a riqueza é proveniente do trabalho empregado na transformação da matéria, e que portanto a propriedade privada dos meios de produção são um mecanismo de transferência de valor criado pelo trabalhador para a classe burguesa, fenômeno denominado pelo autor como Mais Valia. Tal noção deriva da concepção equivocada de criação de riqueza proposta por Smith (1759), de que o valor sociedade é criado pelo trabalho.

 

3 – que Marx foi o estudioso que melhor diagnóstico fez das relações econômicas, pautado nos esquemas D – M – D’, o que não faz sentido dados os erros de concepção vistos nos itens 1 e 2.

 

O equívoco marxista portanto, se dá na concepção de seus fundamentos incapazes de gerar prosperidade em qualquer lugar e circunstância, isto por que a riqueza não é um atributo vinculado ao trabalho como proposto por Smith e Marx, a riqueza é um atributo vinculado à escassez, que gera utilidade, como nos ensina Jean Batiste Say (1803) e a partir dele todo o desdobramento da evolução da economia.

 

Assumir portanto que as crises ocorrem por que o trabalho não é remunerado pelo valor que cria, é jogar no lixo 250 anos de desenvolvimento científico a partir de Say, passando por Marshall, Walras, Friedmann entre tantos outros, fazendo um paralelo com a física é como ignorar o desenvolvimento da mecânica Newtoniana assumindo como dogma a concepção de Força em Aristóteles.

 

Se a concepção dos fundamentos está equivocada, não se pode esperar bons resultados da aplicação de tais concepções, não por acaso os regimes socialistas como China e Rússia ruíram pela fome. Não por acaso ao olharmos a geografia da alta renda e desenvolvimento, os países que avançaram o fizeram assumindo o capitalismo como modelo de desenvolvimento.

 

A ciência e as relações sociais evoluem, Walras (1874) ensina que há uma tênue linha entre moral e ciência, ao atribuir à crise atual à teorias estranhas o Dr dota o debate de forte teor moral, mas baixo teor científico o que além de não resolver o problema deve intensifica-lo.
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