Afago tucano

Publicado no Jornal Correio de Uberlândia em 08/09/2011
Gostaria de iniciar este artigo quebrando o protocolo e louvando a iniciativa tardia é importante que se diga, do governo do PT de se realizar uma limpeza na esplanada demitindo aqueles cujo as suspeitas ou mesmo as evidências apontam para a transgressão.

Entretanto a presidente entra em confronto nítido e direto com lobbies representados por setores atrasados da política brasileira que foram mau acostumados pelo governo de seu padrinho político Luis Inácio Lula da Silva através de práticas deploráveis como loteamento do estado, métodos heterodoxos de cooptação de apoio no legislativo, ataques sistemáticos aos organismos denunciadores da corrupção naquele governo entre outras medidas que não tinham outra finalidade se não promover, encobrir e incentivar o assalto ao Estado brasileiro.

Dilma tem outro perfil, muito mais séria, responsável e discreta que seu antecessor, mas corre o grave risco de ser refém de setores e partidos que nadaram de braçada no fisiologismo do governo Lula e agora esperam a mesma generosidade da presidente atual.

A pergunta que faço é muito simples, a oposição, em particular o PSDB vai mergulhar na guerra mesquinha das CPIs que terminam em pizza ou dará sustentação e apoio para que a presidente faça o necessário e elimine da política figurinhas carimbadas que usurpam os recursos obtidos a duras penas pelo árduo trabalho de 190 milhões de brasileiros?

O PSDB por ser a grande força partidária antagônica ao PT no momento será grande em pró de uma política de fichas e mãos limpas, para que se inicie no país uma cultura política madura, ou será menor disputando espaço nos noticiários com vistas a 2014 e com um discurso eleitoreiro-oposicionista que o partido não fez durante a campanha presidencial do ano passado?

A eleição terminou, as trincheiras estão desocupadas até o ano que vem, a batalha da vez é contra grupos que mandavam muito mais no governo petista do que o próprio PT e que não tem compromisso com o nacionalismo nem tão pouco com o interesse nacional. É parecido com o que ocorria na ditadura, o atraso representado pelos militares colocou lado a lado Lula e FHC para derrotar o regime que asfixiava a liberdade do povo. Neste momento é racional sonhar com Serra, Aécio e Dilma juntos lado a lado lutando contra aqueles que impedem que nosso país caminhe para uma sociedade mais igualitária, sem tanta miséria, sem poucos ganhando em detrimento de muitos.

Se estes nomes, importantes na política contemporânea aglutinarem os setores que os apóiam é possível fazer com que os atrasados recuem na sua missão de chantagear a presidente em troca de favores espúrios.

Uma postura destas, unindo adversários em torno de um objetivo maior, credencia os três nomes para disputar 2014 com condições de fazer uma grande campanha livre de dossiês, de aloprados e de tudo mais que vimos ocorrer nas ultimas eleições brasileiras.

FHC que tem visão de estadista, foi o primeiro a dar este sinal ao seu partido, não bastasse ser ele o mais ilustre membro da oposição, parece em alguns momentos ser o único a possuir neurônios. Ele não diz que a oposição tenha que aderir ao governo em todas as ações, não ele compreende que existe uma disputa entre PT e PSDB e que vai continuar existindo, mas propõe neste caso específico os partidos caminhem de mãos dadas para vencer um adversário comum, posição da qual sustento e avalizo o presidente FHC.
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